Montesclareou: 2013

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Está passando da hora de Montes Claros ter a sua primeira rua asfaltada


A primeira vez que tive contato com o asfalto foi no Japão, que foi o primeiro país que migrei. E como diz o ditado popular“a primeira vez a gente nunca esquece”, posso testificar que para mim esta primeira experiência, com o asfalto, foi algo inolvidável, que não sai da minha memória. Lembro como se fosse hoje, as viagens que fazia entre Fujiyoshida e Tokyo, onde as faixas pintadas na via expressa, que liga estas duas cidades, a Chuo Expressway, pareciam refletores pintados no chão, quando eram iluminadas pelos faróis dos carros. Dentro da cidade de Fujiyoshida, que é uma cidade relativamente pequena, com cerca de 50.000 habitantes, as ruas pareciam verdadeiros tapetes. Mas não esses tapetes comuns, pareciam tapetes persas.

Agora deixando de lado as minhas doces memórias e encarando a triste e vergonhosa realidade da cidade de Montes Claros, me deparo com a caótica situação de nossas ruas: o piche que cobria o cascalho, primeiramente se dilatou com o calor para depois se dissolver com as chuvas. O piche esvaiu-se e sobraram crateras. Quem anda pelas ruas de Montes Claros parece andar por solo lunar. Dizem que a prova Rali Dakar é a mais dura prova do automobilismo todo terreno (off road). Era, já não é a prova mais dura prova. Para os viciados em adrenalina e amantes das sensações perigosas, não há aventura mais perigosa que a de trafegar na BR 251 no trecho que liga Montes Claros a BR 116. Rali Paris-Dakar é para os fracos. Quero ver é sobreviver na BR 251 ou ver se os carros resistem às crateras montes-clarinas.

Alô Cofap, Nakata, Monroe e demais fabricantes de amortecedores, Montes Claros está precisando de uma fábrica aqui. Para vocês, fabricantes de amortecedores, também será interessante e bastante lucrativo, já que não precisariam mais dispender dinheiro na aquisição daquelas máquinas que testam os amortecedores e boa parte das vendas já estaria garantida apenas com o comércio local. Pensem nisso.

Hoje em dia se ouve muito falar no direito de ir e vir, sem ser molestado. Mas em Montes Claros esse direito não se aplica amplamente, pois somos constantemente molestados, independentemente se andamos a pé, de bicicleta ou de carro. Muitos dos montes-clarenses que querem exercer o seu direito de ir e vir, jamais chegam ao seu destino e dos que chegam, outros tantos jamais retornam sãos e salvos. E as nossas ruas e estradas contribuem significativamente para aumentar as estatísticas de vidas que são ceifadas a diário.

Penso que já passou da hora de Montes Claros ter a sua primeira rua asfaltada. O asfalto a que me refiro aqui não deve ser confundido com a película fina de piche que se derrama sobre as nossas ruas de cascalho ou de calçamento de pedras. A pavimentação de uma rua geralmente tem várias camadas até receber a última camada asfáltica. O dia em que Montes Claros tiver a sua primeira rua asfaltada, penso que deveria ser decretado feriado municipal neste dia e também erguer uma estátua com o busto do prefeito que ousou sair do comodismo, que vem acometendo os nossos últimos chefes administrativos, para imortalizá-lo perante as próximas gerações.

A situação das ruas de Montes Claros está tão caótica, que um simples asfalto é motivo de comemoração. Mas isso é porque o nosso povo não é devidamente esclarecido. Se fosse, não precisaríamos celebrar o básico e o óbvio. Não teríamos chegado a atual situação. Sim, se a nossa população fosse devidamente esclarecida, nossos últimos prefeitos estariam por detrás das grades ou respondendo por inúmeros processos por participação direta e indireta nas mortes que ocorrem nas nossas ruas.

O pai que deixa o filho menor brincar com arma de fogo é o verdadeiro responsável pelos riscos que possam surgir. A mãe descuidada que deixa a filha brincar na cozinha com as panelas no fogo, é a responsável pelos acidentes que venham ocorrer. O dono de uma construtora é corresponsável por todo acidente que venha a ocorrer em suas obras. Da mesma forma, todo prefeito é corresponsável pelos acidentes e mortes ocasionados devido a má conservação das ruas das cidades que administra.

Quando os condutores de veículos tomarem conhecimento de que devem processar a prefeitura pela má conservação das ruas e a prefeitura quando tomar ciência de que pagar para trocar pneus, amortecedores, fazer balanceamentos em carros e indenizar as vítimas dos acidentes, sai bem mais caro, ai sim teremos investimentos em máquinas para fazer asfalto.

E outra coisa, depois que colocarmos uns dois ou três prefeitos na cadeia, seja por improbidade administrativa ou pela participação nos acidentes ou assassinatos nas nossas ruas, os próximos prefeitos que tiverem coragem e ombridade para se candidatarem, com certeza serão mais cautelosos, precavidos e mais responsáveis com o povo que ele representa. O bom é que estamos caminhando para esse nível de esclarecimento, ainda que em passos lentos. Mas o mais importante é saber que o primeiro passo já foi dado, basta observar os movimentos nas redes sociais e a manifestação popular como a do grupo Ocupa a Câmera de Montes Claros.

sábado, 30 de novembro de 2013

“Se eu pudesse, eu mesmo dava um couro nela”

No dia 25 de Novembro comemorou-se o Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres. Mas essa luta, esse esforço, que os cidadãos de consciência mais elevada vêm travando no mundo inteiro, infelizmente não é percebido e nem apreciado por todos. Muitos nem sequer têm a devida noção que, apesar de ser uma data simbólica, a luta deve ser diária e que os esforços para combater este e outros tipos de violência devem partir de todos os segmentos da sociedade.

Montes Claros não é diferente das demais cidades brasileiras, ela também vem ajudando a engordar as estatísticas crescentes das mulheres que vêm sendo covardemente violentadas nos últimos anos. Mas o que talvez diferencie Montes Claros das demais cidades, é que a violência contra as mulheres é incentivada e estimulada justamente por aqueles que deveriam dar o exemplo de combate a este tipo de crime. Estou falando do "pastor" Altemar, que além de ser um líder religioso é também um vereador desta cidade e que no dia 26 de Novembro, um dia após a data escolhida para combater a violência contra as mulheres e que é celebrada em todo o mundo, deu esta triste entrevista para a imprensa.

Fatos como este ajudam a reforçar a tese de que a cidade de Montes Claros carece de líderes competentes, que lute pela cidade, mas que principalmente saiba dar o devido exemplo. Infelizmente a fala deste que se diz representante de Deus e do povo, acaba passando uma mensagem que pode ser interpretada da seguinte forma: “aqueles que puderem, devem dar um couro nas mulheres que têm um comportamento semelhante ao de Iara Pimentel”. É justamente isso o que muitos fiéis, e não somente eles, poderão interpretar na fala deste senhor que se diz pastor.

Apenas com esta fala, o "pastor" Altemar já demonstra que não tem competência para ser representante do povo na Câmera Municipal de Montes Claros. Posso ir mais além, com esta fala, o referido "pastor" também não tem a mínima competência para representar os fiéis de qualquer templo ou igreja, pois demonstrou não ter gabarito algum para falar em nome de Deus. Pelo menos não no Deus da Justiça e do Amor.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Operação Lei Seca em Montes Claros




Montes Claros teve no último fim de semana; quinta (14), sexta (15) e sábado (16), a Operação Lei Seca, “Sou pela Vida, Dirijo sem Bebida”, onde foram abordados 1726 veículos, com 11 carteiras de habilitação recolhidas, 90 veículos retidos e 52 removidos, de acordo com informações do G1 Grande Minas. 

A conversa que girou, em boa parte, nas mesas dos bares e nas reuniões familiares neste fim de semana, foi sobre como burlar o bafômetro (etilômetro). O brasileiro procura de todas as formas encontrar um “jeitinho” para tentar se livrar da multa, recorrendo a métodos variados sem nenhuma comprovação científica, fazendo dele um “expert da burrice”, nestes casos. 

As táticas incluem em tomar café, mastigar chiclete, chupar gelo e, pasmem, até “mastigar jornal para tirar o odor do álcool”. Há também aqueles que “garantem” que o vinagre pode inibir o odor, ingerindo uma pequena quantidade antes de soprar no bafômetro. Isso porque “o ácido acético (denominação química do vinagre) reage com a cetona, dando como resultado o acetato, que é indetectável no bafômetro”. Mas essa notícia também não passa de um mito sem nenhuma comprovação científica favorável ao uso do vinagre, ou de qualquer outra tática usada. 

Testes realizados pela equipe de TV do Paraná, Curitiba, mostraram que o vinagre que é consumido nas saladas, e que contém álcool, não foram detectados nos testes. Ou seja, o álcool do vinagre que é consumido nas saladas não foram detectados nos testes com o bafômetro, mas isso não faz do vinagre um agente inibidor do álcool que é ingerido através das bebidas alcoólicas. 

A melhor forma de evitar as multas, a perda de pontos na carteira de habilitação ou a suspensão do direito de dirigir, é não combinar bebida e volante. O condutor consciente faz uso do transporte coletivo quando quer beber ou utiliza estratégias como o rodízio de condutores, onde é feito um revezamento entre os condutores sendo que um deles fica sem consumir bebida alcoólica alguma, para poder levar o restante do grupo em segurança para as suas casas e sem pôr em risco, também, a vida de terceiros.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Ruas Esburacadas

A falta de respeito com o contribuinte da cidade de Montes Claros pode ser notado, sentido, observado em cada esquina, em cada rua. Como neste exemplo da Rua São Sebastião:


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Crise na saúde pública de Montes Claros. A população é quem deverá ganhar essa guerra.


Venho ultimamente acompanhando certas notícias de Montes Claros através do grupo Ocupa a Câmera – Montes Claros, no Facebook, e pelo que venho observando parece que se estabeleceu uma espécie de guerra na saúde, envolvendo os hospitais de Montes Claros e a Prefeitura. O pior de tudo neste tipo de guerra, é que é o povo quem mais sofre, as vezes pagando com a própria vida, já que muitos não podem nem sequer pagar uma consulta ou tratamento particular.

Um outro participante deste grupo e que é também vereador de Montes Claros, Eduardo Madureira, publicou o link de um vídeo sobre a rejeição do pedido de investigação de improbidade administrativa que investigaria o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz. Eduardo Madureira chegou a fazer a seguinte pergunta: “Porque a maioria dos vereadores não querem a investigação, prestando um desserviço à população montesclarense?” Acreditamos que seria interessante que maiores esclarecimentos fossem dados à população de Montes Claros.

Mas algumas coisas me chamaram a atenção em relação ao vídeo. Estaria o prefeito, Ruy Muniz, totalmente equivocado? Pergunto: estaria ele agindo fora da lei? Se ele tem respaldo na lei para fazer o que vem fazendo então deveríamos passar a olhar pelo o outro foco da nossa “lente de observação”. Vou tentar fazer isso agora, mas primeiramente vou limpar os dois lados da minha lente da imparcialidade, a fim de tentar poder enxergar as coisas de forma mais clara e melhor.

Não é de hoje que têm havido denúncias contra as indústrias farmacêuticas, mas recentemente várias destas denúncias têm conseguido ganhar maior destaque ao redor do mundo. Uma das pessoas que vem fazendo denúncias contra a má ciência, os maus médicos, a má saúde pública e os esquemas bilionários que envolvem as indústrias farmacêuticas é o escritor e psiquiatra britânico Ben Goldacre. Ele é autor do livro “Bad Science”, que em português do Brasil foi traduzido para “Ciência Picareta”. Foi ele também o autor da palestra “O que os médicos não sabem sobre as drogas que prescrevem” realizada pela TEDMED. Este vídeo, traduzido em português, estará no final deste artigo.

Portanto, se na indústria farmacêutica as pesquisas realizadas têm como critério o lucro e não a saúde, será que não é hora de perguntarmos se o poder desta indústria não estaria também infestando os hospitais de Montes Claros, comprando e corrompendo médicos e diretores de hospitais, e assim contribuindo para agravar ainda mais a já precária saúde do povo norte mineiro?

Penso que a população deve ficar também atenta para este fato que acabo de relatar. Se a saúde está precária para o povo, pode ser sim que recursos estejam sendo desviados por esquemas envolvendo nossos políticos. O que não seria nenhuma novidade. Mas também pode ser que o mau serviço se dê também por parte de esquemas de suborno que certos médicos e diretores de hospitais estejam se submetendo. A saúde, ou melhor a falta dela, já virou um negócio muito lucrativo. E é preciso que acabemos com esta praga que nos tem ceifado muitas vidas.

As investigações devem continuar pelo bem da população. Nesta altura do campeonato o que não pode haver é um abafamento do caso, como geralmente costuma acontecer quando se mexe muito na carniça e o cheiro costuma “apestar” longe, que no bom português significa feder além da conta. Caso a saúde para a população mais carente não melhorar e também não for falado mais nessa polêmica, então é porque provavelmente existe ai um forte indício de que houve algum tipo de acordo de camaradagem, e que é, claro, um acordo desleal para a população.

No final do vídeo, indicado por Eduardo Madureira, a apresentadora do jornal disse que “segundo a assessoria da Prefeitura, os recursos não estariam sendo repassados porque os hospitais não estão cumprindo os contratos com o município” e no entanto, quando a equipe da mesma reportagem procurou o responsável da Santa Casa para falar sobre o caso, a assessoria do hospital disse que “o responsável não se encontrava na cidade para comentar sobre o assunto”.

Seria bom que a saúde pudesse voltar a reinar de forma soberana nos hospitais e nos postos de saúde de Montes Claros, nem que para isso fosse preciso ser expulsos prefeitos, vereadores, deputados, enfermeiros, farmacêuticos, médicos, diretores de hospitais e o pessoal, também sem escrúpulo algum, das indústrias farmacêuticas. A ferida foi aberta e apenas estou colocando um dedo nela. Espero que a população continue revirando esse assunto, para que o vento possa espalhar o mal cheiro e somente assim é que poderemos localizar e enterrar de vez essa “carniça” que está incomodando e matando o povo de bem e a população mais carente de Montes Claros.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Certos políticos e empresários constroem fortalezas para se protegerem do povo

Na idade média os feudais construíam fortalezas para se protegerem, proteger o rei, sua família, seus bens, etc. Hoje temos um novo sistema, o capitalismo, que veio substituir o feudalismo, antiga organização social e política da Europa, que era também conhecida como “A Idade das Trevas”. O capitalismo teve uma melhor aceitação global, passando a ser o sistema dominante da maioria dos países hoje em dia.

Mas se repararmos bem, certas peculiaridades do sistema feudal foram simplesmente transferidas para o capitalismo. No sistema feudal existiam os nobres, que eram os coletadores de impostos, existia o clero, que não pagava impostos e ainda recebia uma fatia de dez por cento em troca de proteção espiritual e tinham os servos (que também podemos chamar de escravos), que pagavam todas as taxas e tributos (os impostos de hoje), tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

Hoje vivemos na doce ilusão de que os tempos são outros e de que a escravidão foi extinta. Se Tim Ferriss estiver certo, como ele demonstra em seu livro Trabalhe 4 horas por semana, então nós estamos trabalhando 5 dias nas “terras do nosso senhor feudal” e não 3 ou 4 como era comum no outro tipo sistema escravo. No atual, além de continuarmos pagando altas taxas por tudo, ainda acabamos sendo convencidos, via publicidade e muito lobby, a comprar aquilo que não queremos nem necessitamos e o que é pior, pagamos caro para nos alimentar com uma comida de péssima qualidade, que nos irá fazer mal, que irá debilitar nosso corpo causando-nos inúmeras enfermidades, para depois pagarmos por uma promessa de possível cura.

No sistema feudal, quando os servos começaram a se darem conta das enormes injustiças na qual eles eram submetidos ( isso quando eles tinham a possibilidade de reunir e discutir seus problemas, já que na maioria das vezes essas reuniões aconteciam na surdina, na calada da noite), o povo começou a se juntar e pressionar os seus senhores feudais. Se a pressão fosse muito forte e feita de forma coordenada, a nobreza se via encurralada, tentando passar a falsa impressão de que estaria protegida por detrás das muralhas da fortaleza. E era só uma questão de meses, para que esta nobreza, que estava presa dentro do seu próprio castelo, começasse a sofrer com escassez de comida, água e outros mantimentos.

No sistema atual, a fortaleza, a muralha que protege os “nossos nobres”, são as leis criadas por eles. Criam-se leis aqui, fazem emendas de outras leis acolá. Tudo como uma forma de protegerem seus bens pessoais, de suas companhias e de suas famílias. Mas igual que no sistema feudal, nenhum nobre (empresário, banqueiro, político, polícia) do sistema atual conseguiria sobreviver por muito tempo com uma pressão forte e coordenada dos servos (trabalhadores consumidores e pagadores de impostos). A fortaleza desses nobres acabariam por ruir, pois não é baseada em leis justas.

A internet vem sendo um aliado muito importante para os servos atuais, pois ela favorece a troca de ideias e de informações com outras pessoas ao redor do mundo. Hoje, em questão de poucas horas, uma informação chega a ter mais de um milhão de visualizadores. Recentemente novos movimentos começaram a surgir com a ajuda da internet e em questão de dias foi possível reunir milhões de pessoas nas ruas do Brasil. Os nobres atuais sentiram o impacto desses movimentos, podendo perceber a força de um povo unido. E para dispersar esse povo unido, tiveram que usar a sua arma mais letal: a mídia, a pena que fere e mata sem pena e sem dó. Porque eles sabem que somente a força física não é capaz de controlar esse povo. Não controlou no passado e não vai controlar agora. Mas a mídia pode controlar e conduzir multidões, igual que uma manada de bois é conduzida para o matadouro.

O povo irá novamente se libertar de mais um sistema que foi criado para conduzi-los cegamente pela vida. Mas primeiramente esse povo deverá identificar quem são os nobres. Antes era muito mais fácil de identificá-los, hoje parece ser mais difícil. Eles, os nobres, tiveram que criar modernos disfarces para não serem descobertos. É um erro, por exemplo, pensar em divisões dentro da política. Isso seria como pensar em uma disputa entre a Skol e a Brahma. Não devemos pensar, enquanto falamos de política, em direita ou esquerda, em partidos ou siglas. Uma pessoa, por melhor intenção que ela tenha antes de entrar para a política, uma vez dentro desse sistema político que não foi foi criado por ela e sim por um grupo de “pessoas nobres”, acabará por ter que obedecer as regras do jogo ou sair dele de um jeito ou de outro. Se uma pessoa resolve entrar para lutar contra o atual sistema político, pode ser que passe todo o seu mandato apenas brigando com os “opositores”. E no final acabará terminando o mandato como sendo um mau político, que de tanto brigar acabou nada fazendo para o povo que acredita que o elegeu.

Igual que no sistema feudal, é o povo quem alimenta, dá de beber, veste e arca com toda a extravagância desses nobres. Eles não são capazes de dar um passo sem o nosso consentimento. Na verdade os sistemas por eles criados só funcionam com o nosso apoio e permissão. Mas ilusoriamente pensamos ser o contrário. Se o povo parar de financiá-los e promovê-los, o sistema deles param também e eles simplesmente deixam de existir, não havendo mais lugar para se esconderem. E é por isso que as revoltas populares têm se intensificado ao longo destes últimos anos. Como disse, estamos nos comunicando mais, trocando mais informações e também aprendendo mais. Aos poucos os povos vão identificando quem são estes nobres, quais são os canais usados por eles para intermediarem com estes povos. E assim esse povo passará a não escutar mais as mídias controladas pelos nobres e nem a ouvir os seus legítimos representantes: que são os políticos, que supostamente eram para representar os interesses do povo. Assim, finalmente estamos aprendendo que não é o povo quem escolhe e sim é o sistema que diz quem entra e quem sai. Os povos devem ter o seu próprio sistema: criado por eles, comandado por eles e voltado para eles.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Um Agente de Limpeza é na verdade um Agente de Saúde, pena que os dirigentes da ESURB de Montes Claros não se deram conta ainda



No dia 21 de Outubro se comemorou o dia dos agentes de limpeza, também conhecidos como garis. São graças a estes agentes que as nossas ruas se tornam mais transitáveis, com menos poluição visual da sujeira que vai se acumulando caso estes agentes cheguem a faltar. Com o seu trabalho nobre, eles afastam de nós o mau cheiro e as moscas, evitam também que mais ratos sejam atraídos para junto do nosso convívio. Talvez eles só não conseguem afastar os ratos que infestam a nossa política. Talvez. Essa profissão deveria ser comparada com a da medicina, pois ambas têm uma relação direta com a nossa saúde. Enquanto uma cura, a outra previne.

Infelizmente em Montes Claros pouco ou nada teve que comemorar nesta data e para muitos ela passou desapercebida. O serviço de coleta de lixo e de limpeza urbana, assim como outros serviços, pertencem agora exclusivamente à ESURB (anteriormente a ESURB dividia as tarefas com outras empresas num regime misto, pelo que pudemos apurar), que era comandada por Leonardo de Andrade e este agora vem ocupando a Secretaria de Serviços Urbanos da Prefeitura. Podemos dizer que a falta de comemoração parte de dentro da própria ESURB, de seus funcionários que põem a mão no serviço mais pesado.

Conforme pode ser observado nas fotografias anexadas, os funcionários da ESURB vêm trabalhando em condições desumanas. Faltam-lhes o básico do básico, que são os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). E se isso por si só já não bastasse como forma de impedir a continuidade dos trabalhos, que deveriam ser executados por estes dignos trabalhadores de forma também digna, eles ainda têm que novamente colocar suas vidas em risco, e também a vida da população, ao dirigir caminhões que muitos alegam faltar freios, outros dizem faltar pedal do acelerador e também as luzes de iluminação e sinalização. O problema só não é mais grave porque alguns funcionários chegam a custear parte do material faltante do próprio bolso, para assim poderem conseguir trabalhar, com um pouco mais de dignidade e de forma, digamos, menos arriscada.

Quando fizemos um curso de eletricidade, no Colégio de North West em Londres, praticamente ficamos a metade do ano, ou seja seis meses aprendendo sobre Saúde e Segurança do Trabalho (Heathy and Safety, em inglês). Aprendemos desde o uso correto para cada tipo de extintor até a forma correta de inspecionar e posicionar uma escada na parede. Aprendemos que o Equipamento de Proteção Individual, não era um simples uniforme e nenhum aluno teria acesso às aulas nos laboratórios sem a presença deste equipamento. Qualquer trabalhador no Reino Unido é treinado para denunciar a empresa na qual trabalha, quando esta não cumpre com algum dos requisitos que lhes são obrigados por lei. O trabalhador faz a denúncia e fica em casa descansando e recebendo, até que a empresa normalize a situação que lhe compete.

E isso faz todo sentido. Porque prevenir é o caminho, por ser mais prático, mas econômico, mais higiênico, mais saudável e por evitar maiores transtornos. Mas em Montes Claros, observando a situação da ESURB (e com certeza que deve também ocorrer em outros setores públicos e privados) vemos que as pessoas que estão por detrás desta empresa vêm preferindo remediar do que prevenir. E diferentemente do que acontece na Inglaterra, onde o funcionário que denuncia algo que acontece de errado dentro da empresa na qual ele trabalha não é visto como um “caguete” ou “dedo duro” e sim como um aliado desta empresa, pois este funcionário estaria evitando que ela pagasse indenizações milionárias ou contribuindo para o não fechamento da empresa, mas em Montes Claros parece que se um funcionário da ESURB denuncia a sua insalubre situação de trabalho, ele acaba sofrendo ameaças e perseguições.

Esperamos que o presidente da Câmera de Montes Claros, Dr. Antônio Silveira, possa nomear três competentes fiscais para fiscalizar os serviços prestados pela ESURB. Esperamos que estes fiscais possam trabalhar de forma isenta e que possam também ser treinados para fazer uma fiscalização com olhos mais abertos e temos a certeza de que muita coisa deverá vir à tona. Com tudo isso que acabamos de descrever, não estamos querendo sugerir que os recursos públicos possam estar sendo desviados, mas devido a essa falta de respeito que vem ocorrendo com os funcionários da ESURB, que não recebem uniformes nem Equipamentos de Proteção Individual, há um forte indício de que as coisas e as contas não andam batendo muito bem por lá também. É preciso haver uma investigação mais séria e uma maior abertura para se ouvir as queixas dos funcionários. Vamos prevenir, para não termos que ficar choramingando, remediando e tapando buracos, aqui e acolá, a vida toda. O povo montesclarense não merece continuar nesse atoleiro de procedimentos descabidos e irresponsáveis.

Tenho convicção de que o problema pela qual a ESURB vem passando nos últimos anos possa ser em breve uma página do passado da nossa história. Quem sabe um dia Montes Claros não volte a ser uma cidade limpa e bem cheirosa, sem os “ratos” que roubam a nossa merenda escolar, nem aqueles que pululam os nossos esgotos a céu aberto. Quando este dia chegar, talvez não consigamos distinguir entre a bata de um médico e o uniforme de um agente de limpeza. E gostaria de relembrar mais uma vez que tanto o médico quanto o agente de limpeza tem a função de nos salvar a vida. Esta é a minha pequena homenagem, ainda que tardia, a todos estes nobres seres cujo trabalho é deixar as nossas cidades mais limpas e mais cheirosas.

sábado, 28 de setembro de 2013

Para aprendermos a fabricar água, só é preciso observar a Natureza e agir de acordo com ela

A falta de água em Montes Claros é algo preocupante. E a tendência vai só piorar. Essa falta de água já vem afetando várias cidades vizinhas. Há duas previsões tristes: 1) o Norte de Minas pode virar deserto nos próximos 20 anos; 2) O IPCC divulgou ontem que a temperatura global poderá subir cerca de 5 graus até 2100. Tudo isso já está se confirmando. E não podemos simplesmente ficar esperando melhorias vindas dos políticos. Nem tampouco apenas esperar respostas da Copasa. Porque, ou eles não sabem o que fazem, ou se sabem, não estão ligando a mínima.



O problema da falta de água é fácil de entender. Mas para isso precisamos primeiro saber como é que se “fabrica a água”. Dinheiro não cai do céu e nem dá em árvores. Mas a água sim. A formação das nuvens está numa estreita relação com as árvores. Daí a importância de nos protegermos, plantando mais árvores e principalmente procurando conservar a floresta Amazônica, que é responsável por grande parte da nossa chuva. Não há segredos e nem há milagres nisso. É tudo uma relação de causa e efeito.



E o que temos feito? Ou seja, o que estamos fazendo para causar a falta de água? Estamos fazendo tudo de maneira errada. Imagine uma autoestrada com carros super velozes e você resolve dirigir na contramão? Cedo ou tarde vai acabar acontecendo um desastre. Não é mesmo? Pois bem, vamos aos fatos. Estamos desmatando no lugar de plantar. Não somos capazes de proteger as matas ciliares de nossos rios. Substituímos a mata nativa da nossa região por monoculturas e isso nos dá a falsa sensação de que temos florestas verdes. Essas falsas florestas verdes, necessitam de água para poder fazer crescer plantas que irão acabar em fornalhas, virando carvão, ou alimentando indústrias. Uns dizem que cada eucalipto consome 30 litros de água por dia, mas há outros que dizem que cada eucalipto chega a consumir 360 litros de água por dia. Mesmo se consumisse 30 litros por dia, ainda assim cada eucalipto estaria consumindo mais água que 3 pessoas que vivem nas áreas críticas do Norte de Minas.



Se não bastasse todo esse problema que é a falta de água, tem outra coisa coisa que preocupa ainda mais. É a contaminação desta água. Imagine um rio onde todos os dias são despejados nele milhares de litros de agrotóxicos. Imaginou? Agora imagine este rio tendo sua capacidade de água reduzida pela metade, mas com o despejo de agrotóxicos permanecendo estável. Consegue visualizar o problema? Os agrotóxicos e herbicidas matam plantas e toda uma vida de micro-organismos que vivem no subsolo. Então estamos contribuindo para a desertificação do nosso solo. Outra coisa que fazemos de forma errada é a aposta na pecuária. O pisoteamento do gado causa a compactação do solo, que também contribui para a degradação deste, junto com as máquinas agrícolas.



Mas nem tudo está perdido. É possível fazer o processo inverso. Podemos sim conversar com nossos políticos e com os técnicos responsáveis pelo abastecimento de água. Mas e se eles desconhecerem a causa do problema? Não seria então as medidas adotadas por eles apenas paliativas? Vejam bem, a própria Natureza nos fornece as respostas. Precisamos observá-la para poder entendê-la. As grandes barragens não resolvem nosso problema. Veja por exemplo o que vem acontecendo com a barragem de Janaúba. Perguntem-se: o que acontece com uma grande barragem quando os rios secam e para de chover? A resposta é bastante óbvia: as barragens neste caso não servem para nada. Talvez devêssemos apostar mais nas barraginhas. E sabem porque? Porque as barraginhas são vistas na Natureza. As vezes elas são construídas por troncos de árvores que caem nos rios, fazendo a água represar num determinado ponto. Mas também podemos ver as barraginhas sendo construídas por animais, como o castor por exemplo.



Portanto precisamos agir já. Duas décadas passam muito rápido e não queremos deixar para nossos filhos apenas pó e pedra. Também não podemos permitir que outros tantos filhos morram de sede, como vem acontecendo atualmente. Há várias maneiras de ajudar o planeta. Você pode começar trocando o carro por uma bicicleta. Você pode passar a comprar frutas e verduras dos produtores locais e com isso ir incentivando-os a produzir cada vez mais e sem agrotóxicos e sem intermediários. Devemos dizer sempre a estes produtores que queremos consumir os produtos orgânico deles. Comece por dizer aos gerentes de supermercados que você está deixando de comprar com eles porque eles ainda permanecem com a prática primitiva e criminosa de embalar os produtos com sacolinhas de plástico. No dia que esse gerente começar a receber várias visitas deste tipo por semana e ver as vendas caírem, aí a coisa muda. A sacolinha ecológica não pode ser mais uma opção dos supermercados. Ela tem que ser a única opção.



Nos finais de semana, plante árvores. Ajude os outros a plantar mais árvores. Apoie quem já vem fazendo esse trabalho, seja financeiramente, com um aperto de mão, com um sorriso, ou com um curtir no Facebook. Informe a estas pessoas do bem (que são as plantadoras de árvores) que você apoia e valoriza o trabalho delas. Exija mais parques e mais áreas verdes na sua cidade, no seu bairro. Cobre isso dos seus políticos, mas certifique-se primeiro de que o seu quintal não esteja todo cimentado. E se estiver, que quebre um parte dele (se não puder quebrá-lo todo) e deixe a terra respirar um pouco. Plante árvores no seu quintal e mostre que você é uma pessoa de respeito e que merece ser respeitada. Precisamos educar o nosso povo. Comece falando com o vizinho da importância de ter árvores, não só nas calçadas mas também nos quintais. Não devemos mais esperar. Devemos fazer a coisa mais acertada por conta própria. Chega de culparmos os outros.

sábado, 3 de agosto de 2013

De bitola curta à bitola larga. E isso é bom?

             Crédito desta foto: http://voudetrem.blogspot.com.br

Lembro-me, de quando era pequeno, que fazíamos a viagem de Montes Claros à Belo Horizonte de trem. Parecia uma eternidade, mas era algo que gostava muito, principalmente por causa do medo que dava ao passar de um vagão para o outro. Era uma aventura para qualquer menino. Os trens de ferro sempre fizeram parte da minha infância, quer seja jogando bola num campinho em frente a residência do professor Milton baleiro, que ladeava a linha férrea, quer na hora de dormir, onde podia pegar no sono ao som da melodia do trem carrilhando sobre os trilhos. Outras vezes ocorria que era despertado de súbito com o “apitaço” da locomotiva, que sem dó nem piedade, fazia o maior estrondo para avisar aos desavisados que atravessavam os trilhos, quer na rua Urbino Viana ou na rua Professor Álvares Prates.

Recentemente tivemos a alegre e atrasada notícia trazida pela ANTT (msg 75838), de que o trem voltaria a carrilhar em Montes Claros, no trecho Belo Horizonte/MG – Candeias/BA. Essa noticia também foi recebida com bons olhos por Luiz Ortiga (msg 75861) e por José Prates (msg 75881). Mas o que chamou a nossa atenção foi outra notícia divulgada pelo próprio montesclaros.com (msg 75843) que publicou “Trilhos deixarão a cidade de Montes Claros e passarão a 50 km de distância, para permitir trens de carga na velocidade de até 80 km. Projeto deve começar no segundo semestre de 2014”, notícia esta que foi dada pelo jornalista Geraldo Onésimo.

Como podemos perceber, o sonho de muitos montes-clarenses, partilhado também com os nossos vizinhos norte mineiros, que é voltar a ver o trem carregando passageiros, parece que vai ainda perdurar e não sabemos quando voltará a ser realidade. É por isso que o senhor Walter Abreu (msg 75860) ficou com dúvida e ao mesmo tempo indignado, ao constatar que na reunião, para discutir uma obra tão importante e necessária para o Norte de Minas, só havia 7 pessoas. E o que tudo indica, parece que houve desinteresse e uma falta de transparência por parte da ANTT, como podemos perceber a partir de outra mensagem do senhor Walter Abreu (msg 75864). E outras dúvidas também surgiram, como podemos perceber na mensagem de José Ponciano Neto (msg 75863), que questiona, dentre várias outras exigências, o sonhado Trem Metropolitano (de Glaucilândia à Capitão Enéas). Portanto, a ANTT ao veicular uma notícia que é de suma importância para o Norte de Minas, apenas poucas horas antes de iniciar a primeira reunião, quando ela poderia ter sido divulgada desde o ano passado (DOU 28/12/2012), nos deixa margens para fazermos certas especulações.

Sabemos que o mundo, especialmente a China, está com "fome" do nosso minério. Mas não podemos entregar de bandeja os nossos recursos e depois ficarmos com um imenso buraco para ser tapado. E é isso o que se tem feito com a nossa gente, retiram de nós o que temos, em troca de nada e ainda nos deixam com um imenso buraco. Pois bem, querem retirar nosso minério? Que nos deixe então um metrô de superfície (Light Rail, em inglês) ou VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), a exemplo das várias cidades europeias, dos Estados Unidos ou de Israel. Sabemos que no Brasil tudo envolve esquemas de super faturação e pouco investimento em infraestrutura. Precisamos sim de um transporte ferroviário para desafogar os veículos pesados das nossas estradas, mas também precisamos de um transporte mais eficiente dentro da nossa cidade, para desafogar as nossas ruas. E talvez a hora é agora. Nós temos o minério e os investidores têm o dinheiro que poderá viabilizar o sonho de muitos montes-clarenses e também de nossos vizinhos.

Apenas para concluir, quero dizer que aqui em Londres, os mesmos trilhos que durante o dia é usado para carregar passageiros, durante a noite ele é ocupado com outros tipos de vagões, para carregar materiais, muitos deles com insumos importados, como já vi com cargas vinda da China e também do Brasil. Isso sim é logística! Que é aproveitar uma coisa e dar a ela múltiplas funcionalidades. Portanto não adianta vir querer dizer que vão trocar a bitola, porque não somos bitolados. Para quê colocar um trem mais rápido se não vai transportar passageiros? Para retirar nossos recursos com maior rapidez? Talvez sirva sim para transportar mercadorias com maior rapidez, mas pelo que o que estou suspeitando, e tenho direito de suspeitar principalmente quando as coisas não são claras, o transporte de mercadoria só irá ocorrer depois que exaurirem primeiro os nossos recursos minerais. A história nos mostra os fatos do passado e me dá o devido respaldo para embasar as minhas suspeitas. Oxalá que estas minhas suspeitas estejam erradas.

Veja um exemplo do que poderia ser feito em Montes Claros, utilizando o espaço que antes circulavam os trens e que hoje está sendo inutilizado.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O problema do trânsito e das ruas de Montes Claros é um problema de falta de vontade que se traduz em falta de vontade política

O jornalista José Prates e o arquiteto Luiz Ortiga, nas mensagens 75455 e 75459 respectivamente, falam de alguns problemas atuais que Montes Claros enfrenta com a sua superpopulação, que é em partes devido ao aumento natural do número de seus habitantes e também ao aumento do fluxo migratório vindo das regiões vizinhas. Eles mencionam também, e acertadamente, sobre o problema das ruas estreitas e do aumento do número de carros, cujo o centro da cidade já não comporta mais.

Realmente não é um problema de fácil solução e que hoje em dia até cidades com população menor que a de Montes Claros vêm passando pelo mesmo problema. O que diremos então das cidades maiores? São poucas as cidades do mundo que já nasceram planejas. Dentre elas podemos destacar a nossa vizinha Capitão Enéas, merecidamente conhecida como a “cidade das avenidas”. Foi graças a visão de seu fundador, o Capitão Enéas Mineiro de Souza, que foi possível que a antiga fazenda Burarama se transformassem em cidade, sem precisar passar por vila, arraial, povoado ou distrito. Coisa de mineiro que leva Mineiro até no nome.

Nós, montes-clarenses, não tivemos a mesma sorte que os eneapolitanos, mas isso não quer dizer que estamos fadados ao aperto de nossas ruas ou que tenhamos que conviver com o caos urbano para sempre. As soluções para contornar esse problema existem e só depende de vontade política. Mas a escassez ou ausência dessa vontade política, que permitiu nossos representantes nas últimas décadas postergar o problema para os gestores seguintes, é que vem transformando esse problema em um bicho de sete cabeças. Falo assim porque tive o privilégio de morar em Vigo, cidade da região da Galícia, na Espanha e na qual gostaria de fazer aqui algumas comparações. Minas Gerais e Galícia tem muito em comum, para começar cada região é considerada como a detentora da melhor culinária de seus respectivos países; Montes Claros tem muito em comum com a cidade de Vigo, a começar pelas ruas apertadas do centro da cidade, que na cidade viguesa recebe o nome de Casco Velho.

Vivi ali justamente na época em que a cidade de Vigo iniciou as revitalizações de suas ruas e de algumas áreas degradadas – talvez tenha vivido ali para poder contar essa história e que poderá servir de exemplo para a Montes Claros de hoje e futura. Na minha opinião, o que ocorreu em Vigo não foi uma simples revitalização de suas ruas, mas se tratou de uma verdadeira revolução. E essa revolução iniciou muito bem. Acertaram eles até na escolha do nome do projeto, que foi batizado de “humanização de nossas ruas”. O leitor poderá conferir algumas fotos que irei disponibilizar ao final deste post. Acredito que é isso que falta para Montes Claros, humanizar as nossas ruas. Mas para isso necessitaremos também de políticas mais humanas.

Citarei alguns exemplos que talvez valessem a pena ser seguidos. Para a coleta do lixo no centro da cidade de Vigo, em alguns pontos são utilizados grandes contêineres subterrâneos, permanecendo visível apenas algumas lixeiras devidamente sinalizadas e que facilitam a separação do lixo. As calçadas também ganharam árvores, respeitando a área para drenagem das águas das chuvas. As ruas, contrariamente às calçadas, foram estreitadas. Áreas reservadas para estacionamento dos carros nas principais ruas do centro, praticamente desapareceram. Mas essa medida trouxe mais gente caminhando e consequentemente favoreceu o comercio local.

O carro vem perdendo o seu status e para comprovar isso basta ver as estatísticas de vendas nos EUA e na Europa. O transporte coletivo, quer público ou privado, é o transporte mais racional e inteligente que existe. Quem viaja de avião sabe disso. Nas cidades, o mesmo princípio deve ser observado. As cidades inteligentes, para continuarem sobrevivendo, deverão oferecer transportes coletivos eficientes. Montes Claros não tem transporte coletivo eficiente, então a nossa preocupação deverá ser em criar e oferecer esse tipo de transporte para seus habitantes. Ninguém, em sã consciência, ao ver uma multidão de pessoas, em dias de chuvas, serem arrastadas por uma enchente de um lugar para outro, teria a coragem de dizer que aquelas pessoas estão se locomovendo por um transporte coletivo. Não é mesmo? Portanto, transporte coletivo tem que ser o mais limpo, o mais seguro, o mais rápido, o mais agradável, o mais acessível e o mais barato. Se não for assim, então é porque não é racional, nem inteligente.

Quando por motivo de extrema justificativa o transporte coletivo não puder ser aplicado e caso tenhamos que usar o transporte individual, neste caso deveremos optar pelo uso das bicicletas, se quisermos continuar no mesmo princípio de racionalidade e inteligência. Em casos extremos onde não se possa fazer uso da bicicleta, deveremos usar o táxi. E somente em último caso é que deveremos utilizar o nosso próprio carro como meio de transporte. E ainda assim deveremos ter uma boa justificativa caso fôssemos questionados por algum amigo nosso que viesse a perguntar o porquê de não estarmos usando o transporte público. Se a justificativa não for boa, ficaremos com cara de bobo e o nosso amigo poderá pensar: “como ele é burro”. Evite portanto constrangimentos desnecessários.

No dia em que Montes Claros tiver transporte público, tenho certeza de que as pessoas irão utilizá-lo como seu meio de transporte. Acabará portanto os engarrafamentos que vemos hoje, reduziremos as colisões e o número de vítimas fatais, oriundas de um trânsito caótico. No dia que seguirmos exemplos de cidades como Vigo, veremos mais pessoas nas ruas, senhoras passeando com seus netos, veremos ruas floridas e sombreadas. Veremos cegos locomovendo-se sozinhos e exercendo direitos básicos como o de poder ir numa padaria e comprar o próprio pão. Veremos também vários cadeirantes pegando o ônibus para ir para a escola ou para a universidade. Veremos então nesse dia as pessoas resgatando seus direitos mais básicos e podendo se sentir novamente como um ser humano digno.

Tudo isso é possível, mas como disse antes, faltam apenas pessoas com vontade. Pessoas sem vontade própria para praticar o bem em favor do seu semelhante, não pode ter vontade política. E para finalizar deixo aqui esta frase: “Nada é impossível para quem tem força de vontade e está voltado para o cumprimento do dever.” - Luiz de Mattos.

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As fotos que se seguem são dos fóruns skyscraercity.com e urbanity.es (clique nas imagens abaixo para ver em tamanho real)






sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sun Tzu, de A arte da guerra, ensina a população de Montes Claros como vencer a guerra contra a dengue

 
Crédito das imagens: Mosquito: Jornelita - Guerreiro: Gilmar Fraga 

Combater a dengue deve ser um compromisso de todos. E para combater o mosquito transmissor da dengue é preciso, antes de tudo, conhecê-lo.

Podemos encarar o mosquito transmissor da dengue (Aedes Aegypti) como nosso inimigo e o combate a este deve ser encarado como uma guerra. E em se tratando de guerra, nada melhor então que recorrer às mais antigas e melhores estratégias de guerra de que se tem conhecimento: as estratégias militares de Sun Tzu. Que hoje é conhecido como: A arte da guerra.

E o que Sun Tzu teria a nos dizer sobre o nosso inimigo (o mosquito) e qual seria a melhor forma de combatê-lo?

“Faremos algumas perguntas a Sun Tzu e veremos o que ele nos aconselha”:

O combate ao mosquito da dengue parece uma guerra sem fim. O que o senhor pensa desta guerra? “O verdadeiro objetivo da guerra é a paz.”

Mas essa guerra, que já dura anos, parece que quer nos vencer. “Conheça o inimigo e a si mesmo e você obterá a vitória sem qualquer perigo; conheça o terreno e as condições da natureza, e você será sempre vitorioso.”

Mas sendo nós humanos e o nosso inimigo um mosquito, não parece uma guerra com forças desiguais? “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”

E qual a melhor hora de iniciar uma guerra contra o mosquito da dengue? “Aquele que se empenha a resolver as dificuldades, resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos, triunfa antes que as suas ameaças se concretizem.”

Um grande problema que a nossa cidade enfrenta é que nem todos estão engajados para tentar resolver este problema. Alguns ficam em uma posição cômoda e outros são praticamente uns tolos. Então o que fazer? “O verdadeiro método, quando se tem homens sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, e em dar a cada um a responsabilidade adequada.”

Então será preciso que cada morador conheça sua própria casa e seu próprio quintal e também a do vizinho, assim como os lotes vagos, tanques, piscinas, lagoas e as encostas dos rios. É isso mesmo? “Os que ignoram as condições geográficas - montanhas e florestas - desfiladeiros perigosos, pântanos e lamaçais - não podem conduzir a marcha de um exército.”

Se o mosquito fosse qualquer outra coisa menos um inseto, talvez fosse mais fácil derrotá-lo. Não acha? “Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível.”

Queremos agradecer pela entrevista e para finalizar gostaríamos de fazer uma última pergunta. Agora que sabemos que devemos conhecer nossos hábitos e também os hábitos do mosquito da dengue, assim como o terreno onde ele se prolifera, devemos então encontrar o ponto fraco do mosquito e atacá-lo para combatê-lo, não é assim? “Se o inimigo deixa uma porta aberta, precipitemo-nos por ela.”

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Clique aqui para assistir um documentário da Fundação Oswaldo Cruz sobre o mosquito da dengue

Depois iremos escrever sobre os pontos fracos do mosquito da dengue. Participe também comentando e dando sugestões que você acredita que poderia ajudar a combater o mosquito da dengue, evitando sua proliferação.


sábado, 20 de abril de 2013

Forte terremoto na China

Forte terremoto de magnitude de 6.6 na província de Sichuan, China, deixa mais de 100 mortos e mais de 3.000 feridos. O terremoto ocorreu na manhã deste sábado (20/04/2013) as 08:02, hora local (00:02 GMT).

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Há sonhos que podem virar pesadelos

Li, recentemente, que a Prefeitura de Montes Claros, sob administração do atual prefeito, Ruy Muniz, quer realizar um sonho de 40 anos da população montes-clarense. Pois bem, eu fiquei imaginando aqui comigo, já que estou a vias de completar os meus 40, que esse sonho deveria ser o sonho do meu pai ou de pessoas que hoje estariam com idades entre 55 a 65 anos. Realmente, pelas fotos de família que temos e pelas estórias que meu pai contava, ele foi um jogador de futebol, do qual recebeu o apelido de índio, por ter o cabelo comprido na época. Talvez o estádio do Mocão fosse um sonho que ele contemplara no passado. Mas acredito que esse sonho tenha se desvanecido com o avanço da sua idade. O tempo, que é implacável com todos nós, fez com que meu pai e tantos outros, que viveram esse sonho de ter um estádio em Montes Claros, parasse de jogar bola. Hoje meu pai não joga nem peteca.

A realidade da Montes Claros atual é bem diferente da Montes Claros de 40 anos atrás. Acredito que é louvável investir em esporte, lazer e cultura, para incentivar jovens ao convívio social, tirando-os ao mesmo tempo das ruas e da criminalidade. Mas fico me perguntando: será que atualmente precisamos de uma obra como o estádio do Mocão? Uma, porque talvez vivemos 40 anos dormindo um sonho letárgico. Outra, porque antes talvez houvesse mais segurança e as famílias podiam ir aos campos de várzea assistir aos jogos. E eram nestes campos de várzea, onde realmente surgiam os verdadeiros craques. Mané Garrincha foi um grande exemplo. E de que adianta um estádio como o Mocão, se não estamos formando jogadores atualmente?

Será que não corremos o risco de ter um estádio fantasma? Porque então no lugar de uma construção como esta, não construirmos mais praças de esportes? Já disse aqui, em outra ocasião, que Montes Claros necessitava de pelo menos outras quatro “praças de esportes, lazer e cultura”. O governo federal vem disponibilizando recursos para a construção de praças de esportes através da segunda etapa do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que agora recebe o nome de Centro das Artes e Esportes Unificados (CEUs). E de acordo com o site do governo “o objetivo das CEUs Centros de Artes e Esportes Unificados é integrar num mesmo espaço físico, programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços sócio-assistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital, de modo a promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social das cidades brasileiras.” Ou seja, numa única área seriam atendidas várias necessidades da população e num mesmo espaço ou numa mesma sala, poderia dar vários usos, criando espaços multiúsos.

Pelo que pude observar, com o custo estimado do estádio do Mocão, poderíamos ter debaixo dos céus de Montes Claros outros dez CEUs. Então porque não construir mais praças de esportes, revitalizando as praças antigas e dando garantias para que todos pudessem praticar esportes e atividades de lazer e culturais? Porque não construir mais postos de saúde e mais escolas, no lugar da realização desse sonho antigo, que talvez nem seja mais o sonho da Montes Claros atual? Ou que ainda que seja o sonho de muitos, mas que com certeza esses mesmos “sonhadores de 40 anos” talvez devam ter também outros sonhos, mais atuais, mais prioritários. De que adiantaria formarmos jogadores, se estes por acaso viessem a estar em campo, com certeza estariam com suas preocupações voltadas para a família. Acabo de ver uma reportagem onde pessoas dentro de um precário posto de saúde, aguardavam debaixo de chuva para serem atendidos, já que chovia dentro do próprio posto de saúde. Sim, caros leitores, chuva forte caindo dentro de um posto de saúde de Montes Claros. Dava até a impressão de que chovia mais dentro do posto de saúde, do que do lado de fora. Podemos novamente perguntar: com que tranquilidade algum jogador iria se apresentar para o jogo, ao saber que na noite anterior a chuva e o barro invadiram sua casa, destruindo vários bens materiais adquiridos ao longo de uma vida?

Se o prefeito conseguir realizar outras prioridades que a população de Montes Claros vêm clamando diariamente (de manha, a tarde e a noite), quem sabe assim ele não consiga créditos para uma reeleição e talvez ai neste segundo mandato, ele não consiga então concluir esta obra que, sem dúvida alguma, será muito importante para Montes Claros. Mas a Montes Claros de hoje com certeza precisa que outros assuntos sejam realizados primeiramente. Na verdade, acredito que Montes Claros necessita que várias medidas urgentes sejam tomadas em benefício do município, para que a população volte a sonhar novamente. Parece que sonhar era privilégio de uma Montes Claros de quarenta anos atrás. Hoje, só o fato de conseguir ter uma noite de sono tranquila, já é uma grande vitória. Ter noites de silêncio e paz, já parece em si um sonho para a população da Montes Claros atual.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Globalização e as transformações aceleradas

O mundo sempre passou por transformações e essas transformações se notam principalmente com a espécie humana, a única espécie racional entre os animais, mas não a única inteligente (ou com princípios de inteligência), diga-se de passagem. Em cada cidade, em cada rincão deste planeta, sempre se tem algo para melhorar, para consertar, para lutar e combater. As oportunidades para o aprimoramento moral e material são infinitas, bastando ter visão para enxergar, vontade para agir e educação para saber tomar decisões de forma mais racional e acertada.
 
Em nossa cidade as coisas não poderiam ser diferentes. Todos devemos encarar a realidade dos fatos, procurando entender o porquê de certos acontecimentos e tentar, na medida do possível e de forma consciente, antecipar tais acontecimentos a fim de evitar cometer faltas, evitando prejuízos e também dores futuras. Por isso que é certo o ditado que diz que “prevenir é melhor que remediar”.

Parte dessas mudanças estão ocorrendo devido ao processo acelerado da globalização. Globalização não é um fenômeno novo. Os povos africanos foram os pioneiros em globalização. A globalização se deu também com os povos egípcios, com os vikings, com os romanos, com os ingleses, com os portugueses e com outros mais. A sociedade brasileira como é hoje constituída é fruto da globalização. O que é novo nos processos de globalização da atualidade, além da velocidade dos meios de transporte, é a forma como nos comunicamos e nos relacionamos. E isso se dá graças a internet, essa rede de computadores que nos conecta a todos, desde que haja a infraestrutura necessária. A internet acelera a comunicação global e dissemina a informação de forma massificada.

Portanto, enganam-se aqueles que ainda pensam que é porque moram numa cidade do interior é que estão “jogados às traças”. Isso é coisa do passado. O que ocorre com uma pessoa em uma cidade localizada no lugar mais remoto do planeta, é em poucos segundos do conhecimento de muitos, mesmo que alguns destes muitos estejam separados por milhares de quilômetros de distância. E se o que ocorreu foi alguma injustiça ou alguma tragédia, ai é que a notícia se espalha mesmo de forma até assustadora para muitos.

E essa nova forma de comunicarmos tem causado grandes impactos e profundas implicações em todas as áreas das sociedades modernas, quer nas relações sociais, quer nos campos científicos. Podemos notar por exemplo que a opinião pública vêm ganhando força e sua voz ganha eco nos quatros cantos do mundo. Por isso que sites como a Avaaz.org e Change.org vêm se tornando porta-vozes das sociedades interconectadas, tendo como finalidade denunciar crimes de toda espécie, procurando lutar por um mundo mais justo e equilibrado.

Na esfera pessoal, isso nos faz refletir sobre vários aspectos de nossas vidas, exigindo de nós uma nova postura perante a sociedade. Quantos casos novos não vemos todos os dias de denúncias, de todos os tipos de preconceitos, em redes sociais como Facebook ou Twiiter? Quantas não são as pessoas que possuem o vício da maledicência (hábito repetitivo de falar mal das pessoas) e ao manter tal vício na blogosfera, não se veem logo em apuros por que não sabiam que aquilo que acabara de dizer ou escrever iria ser capaz tomar proporções tão gigantescas?

E quanto a política? Não vemos hoje em dia um grande número de vereadores, deputados, prefeitos e senadores terem seus votos cassados, depois de uma grande pressão popular? Não foi recentemente que tivemos a lei Ficha Limpa criada graças as revindicações populares? Qual o político que, a dias de hoje, seria capaz de desprezar um clamor da população que ele representa? Muitos ainda tentam, mas estes estão com os seus dias contados.

Portanto, seja no comércio, na indústria ou nas áreas de prestação de serviços, ninguém e nenhuma empresa está isenta do olhar escrutador dos dias atuais. Devemos ponderar mais sobre nossos atos e nossas tomadas de decisões, procurando ser verdadeiros conosco mesmo e assim procedendo estaremos sendo verdadeiros também com o nosso semelhante. Agindo desse jeito, evitaremos ser achincalhados, quer pela opinião pública, quer pela justiça. Agora mais do que nunca se faz presente e atual o pensamento de Abraham Lincoln que disse: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.”

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Comentando o texto - Com o perdão da ignorância - de Alberto Sena

Os textos de Alberto Sena podem ser lidos aqui: http://bit.ly/AlbertoSena

Alberto Sena, infelizmente não sou uma pessoa capacitada para falar de política. Mas assim como você, também faço minhas inquirições sobre política. Descobri que gosto de política, mas não gosto do que fazem a grande maioria dos que se dizem políticos. Estes sim, em sua maioria, são verdadeiros politiqueiros. Alguns podem até ter boas intenções, antes de entrar no “sistema político”, mas uma vez lá dentro, a coisa muda de figura. E apenas uma pequeníssima parcela, pode chegar a nos surpreender positivamente.

 Você pergunta: “Se eles precisam do nosso voto, quer dizer, do voto do povo, para se elegerem por que quando são eleitos os políticos fazem tudo que o povo não quer?” Arrisco a dizer que, uma vez lá dentro do “sistema”, eles se perdem, porque se deparam que estão dentro de um labirinto. Digo isso apenas dos políticos bem intencionados e não dos que já conhecem o sistema e dele tira proveito próprio em detrimento do povo que o elegeu. 

Felizmente, também na política, podemos observar algumas surpresas agradáveis, como por exemplo de dois casos recentes: Romário e Tiririca. Estes dois me surpreenderam positivamente. Em recente entrevista à Veja (http://bit.ly/EntrevistaRomario), o deputado federal Romário (PSDB-RJ), quando perguntado sobre as obras da Copa 2014, chegou a dizer: “Vão roubar. E muito.” Já o outro deputado federal, Tiririca (PR-SP), que declarou à Folha (http://bit.ly/FolhaTiririca) que vai abandonar a política, porque se sente “desacreditado da política” e confessa que lá dentro da câmera dos deputados existem “outros interesses”.

Tudo isso ajuda a confirmar o que já sabia. Infelizmente esse domínio de alguns poucos sobre muitos, acontece também em outras esferas e não é exclusividade dos sistemas políticos. Podemos observar também nos sistemas religiosos, nos sistemas financeiros, nos sistemas das grandes indústrias/empresas e em outros sistemas. Foi por dizer a verdade ao povo, que o livro “A personalidade de Jesus perante o labirinto evangélico” do ex-padre, Américo Correa Marques, causou tanta indignação aos poderosos religiosos daquela época. A tática atual, empregada pelos “atuais sistemas”, é a mesma de antes, criar um labirinto para levar seus planos adiante e sair impune.

Você disse “Quem já viajou pelo mundo sabe que não há país melhor para viver do que no Brasil” e realmente você tem toda a razão. Não só por aqueles que já viajaram, mas também por aqueles que já moraram em outros países. Portanto, acredito que o problema do brasileiro é a falta de um melhor esclarecimento, mas que está sim “intimamente ligada aos políticos”. Felizmente, com a ajuda dos novos meios de comunicações, essa educação ou esclarecimento, acabará sendo massificada. Não é porque temos hoje mais falcatruas que antigamente, não, mas é porque hoje, elas são mais divulgadas e o “boca a boca” de antes, hoje virou “comunicação viral”, porque se espalha feito vírus.

E para finalizar, transcrevo aqui um pequeno trecho de Rui Barbosa, um dos melhores políticos que já tivemos em nosso país: “Saudade da justiça imparcial, exata, precisa. Que estava ao lado da direita, da esquerda, centro ou fundos. Porque o que faz a justiça é o “ser justo”. Tão simples e tão banal. Tão puro. Saudade da justiça pura, imaculada. Aquela que não olha a quem nem o rabo de ninguém. A que não olha o bolso também. Que tanto faz quem dá mais, pode mais, fala mais. Saudade da justiça capaz.” (http://pt.wikiquote.org/wiki/Ruy_Barbosa)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Montes Claros, uma cidade castigada

São vários os fatores que castigam os moradores de Montes Claros, tirando-lhes, na maioria das vezes, a paz necessária para um viver mais saudável, mais harmônico. Dentre estes fatores, podemos destacar a falta de segurança; o descaso com a saúde pública; a poluição de tudo quanto é tipo, sonora, visual, de seus rios, etc; a epidemia de dengue e dos assassinatos; os abalos sísmicos; a falta de água, nos reservatórios e também, as vezes, nas casas; os apagões elétricos; a estiagem provocada pela seca e agora, as inundações. A lista continua, mas vamos ficar por aqui, que é para economizar espaço e não cansar o leitor com tanta coisa ruim de uma vez só.

 Mas a verdade é que o que já está ruim, ainda pode piorar. Assim como os terremotos, as mudanças climáticas também são difíceis de se prever e de saber onde, quando e como será os seus efeitos. O que podemos perceber, é que desde 2010, fortes chuvas, causadoras de inundações, vêm ocorrendo com maior frequência. E não temos garantia alguma de que no próximo ano não será a mesma coisa ou, inclusive, pior do que a que ocorreu recentemente. Pode-se prever o tempo, mas não tem como prever o clima, nem seus efeitos. 

No dia 20/03/2010 escrevemos aqui no montesclaros.com (bit.ly/Apagoes), um artigo que teve o título, Apagar os Apagões, e dissemos, “O problema é que cada vez mais será comum essa escassez de energia elétrica”. É o que estamos confirmando e que pode inclusive comprometer os jogos da Copa de 2014. O Governo Federal já demonstrou estar preocupado com essa situação, porém as medidas que serão tomadas para contornar o problema, demonstram ser paliativas, ou seja, irão tentar fazer uma espécie de “maquiagem” para encobrir as imperfeições que está estampada na cara (à vista de todos os brasileiros). Serão medidas de pó de arroz, que só disfarça. O problema tem solução, mas é preciso décadas investindo em educação, em fontes de energia limpa e na conservação e recuperação da nossa biodiversidade.

Acreditamos que o problema dos baixos índices de água dos reservatórios de todo o país, assim como a seca que assola boa parte do Brasil, do qual Montes Claros faz parte e, também, as fortes chuvas que causaram grandes estragos à população montes-clarense, tem como fator comum a falta de árvores. São elas, as árvores, as principais responsáveis para manter a biodiversidade. As árvores de uma cidade, são responsáveis para manter e estabilizar o clima, não somente daquela cidade, mas também de cidades vizinhas e outras nem tão vizinhas assim. Portanto, acreditamos que com apenas uma arborização adequada, tanto no perímetro urbano e também no perímetro rural, poderíamos resolver vários problemas de uma vez só.

Com uma arborização adequada e planejada, ou seja, com um reflorestamento diversificado, o clima dentro da cidade passa a ficar mais ameno , proporcionando um ar mais puro. Para se plantar árvores, é preciso ter terra, já que não se planta árvore em cimento, nem em asfalto e, com isso, evitaremos essa super cimentação que vêm ocorrendo nas grandes cidades. Outro fator importante que podemos destacar, é que com um maior número de árvores, as raízes destas, ajudarão na permeabilização dos solos. Sem contar que com uma melhor climatização, proporcionada pelas árvores, provavelmente as chuvas seriam mais frequentes e moderadas, evitando assim, os longos períodos de estiagem e, também, as chuvas torrenciais. Há vários estudos sobre este tema e tudo indica ser, o reflorestamento, o melhor caminho a ser trilhado, além de ser mais econômico também.

Sempre acreditei no ditado popular que diz que, “prevenir é melhor que remediar”. Então, como não prevenimos no passado, agora não nos resta outra alternativa a não ser remediar. E esse remédio vai custar caro, para os nossos bolsos, a fim de tentar consertar o estrago. Isso sem contar a perda de vidas humanas, que não tem preço e que remédio algum pode trazer de volta. A população precisa acordar para poder agir. Com pequenas ações, podemos fazer grandes transformações. Devemos tentar conscientizar toda a população. Aqueles que já tiverem a consciência do que deve ser feito, devem chamar a responsabilidade para si. Não reclamando, mas agindo. E não ficar apenas cobrando dos demais. É preciso mudar a nós mesmos primeiro. Ao mudarem, com exemplos e não somente com palavras, os demais notarão esta mudança, e acabarão sendo inspirados por suas atitudes, passando a copiar seus exemplos. Somente assim conseguiremos mudar uma população inteira. É preciso confiar e trabalhar duro. O montes-clarense é um povo de luta e não se deixa vencer facilmente e é justamente isso, o que transforma esse povo, muitas vezes pacato, em verdadeiros guerreiros.

Que a prefeitura e toda a população, possam se unir nessa luta e se cada um plantasse apenas uma árvore por ano, durante os próximos cinco anos, dentro de mais alguns anos teremos a nossa Montes Claros, como a cidade mais arborizada do mundo. Temos bons ambientalistas na cidade e devemos apoiar o trabalho deles, gente como o incansável, Eduardo Gomes, através do Instituto Grande Sertão (bit.ly/IGSertao) e Soter Magno, através do SOS Sapucaia (bit.ly/SOSSap). Cito esses dois, porque acompanho os trabalhos deles desde aqui da Inglaterra, mas sei que deve haver muito mais gente querendo mostrar seu carinho e amor pela cidade. Pois então, a hora é agora!