Montesclareou: setembro 2008

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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

RUAS VERDES

Verde é a palavra da moda na Europa. Especificamente aqui na Inglaterra, onde dizemos "Green" na língua de Shakespeare. Verde nos dá um sentido de limpo, puro, organizado, orgânico, ecológico. Verde vende. E uma prova disso é a McDonald's, que começou a mudar os layouts de suas lojas, aqui na Inglaterra, para a cor verde introduzindo também no cardápio algumas mudanças como, por exemplo, mais saladas, frutas e sucos naturais.
Nessa “onda verde”, algumas ruas de Londres estão sendo pintadas nesta cor para sinalizar suas ciclovias. Isso mesmo, uma parte do asfalto que era negro ganha agora uma camada de cor verde com símbolos de bicicletas indicando que ali é uma ciclovia destinada a veículos de duas rodas não motorizados. Ou seja, a moto nesse espaço não tem vez!
E quem ganha com isso? A população é claro. Mais bicicletas implica em menos carros nas ruas, que induz consumir menos combustíveis fósseis e, portanto, nos presenteando com um ar menos poluído. Ou seja, mais bicicletas quer dizer também que há mais gente praticando exercícios e menos gente nos hospitais por causa de problemas cardiovasculares.
O próprio autor destas linhas não só optou por este tipo de transporte para o seu dia a dia, como também foi trabalhar numa empresa que faz entregas e que usa a bicicleta como meio de transporte; aqui conhecido como "pushbiker courier". Agora, para ser ter "ruas verdes", é preciso ter planejamento e uma boa educação. Mais ciclovias em cidades não planejadas implica em menos espaços para carros ou para pedestres. Implica também em designar áreas para o estacionamentos das bicicletas. Então o que poderemos esperar de cidades, como Montes Claros, onde carros estacionam em passeios destinados a pedestres? Será que estaremos preparados para respeitar as ciclovias, ou melhor dizendo, as pessoas que decidiram usar este meio de transporte não poluente?
Penso que antes de qualquer planejamento, o mais importante seria focarmos na boa educação. Um pedestre tem que saber que deve atravessar a rua sobre a faixa devidamente designada para tal e os condutores dos veículos tem que saber que devem respeitar o pedestre que atravessa essa faixa. Me veio agora à memória fatos que observei no Japão, onde a educação no trânsito começava a ser ensinada no jardim de infância e lembro-me do quanto ficava admirado ao ver criancinhas de aproximadamente 5 anos de idade indo para a escola sozinhas. Essas crianças quando queriam atravessar uma rua ou avenida, mesmo que não tivesse semáforos ou faixa de pedestres, elas podiam erguer o braço ou levantar uma bandeirinha que os carros simplesmente paravam. E após os carros pararem, elas atravessavam a rua permanecendo com a mão ou com a bandeira estendida para o alto até o outro lado e chegando lá paravam para agradecer os carros que haviam lhe cedido a preferência. Elas curvavam-se para frente no tradicional gesto de agradecimento dos japoneses e diziam arigatoo. Portanto, sejamos educados e nos respeitemos mutuamente. E já que é uma tendencia mundial que bicicletas se tornem cada vez mais o meio de transporte preferido das cidades que sofrem problemas de congestionamentos, criemos então mais "ruas verdes" e eduquemos nossos pedestres, ciclistas e condutores para um transito mais harmonioso e pacífico.

domingo, 7 de setembro de 2008

Preservar para lucrar

Eu ate que seria favoravel que passasse a vigorar uma lei, onde pudesse taxar os paises poluentes arrecando assim recursos para os paises que possuissem maiores reservas ambientais, como querem alguns ecologistas/ambientalistas. Mesmo sendo um brasileiro residindo no exterior, teria imenso prazer em pagar essa tal taxa em prol de meu proprio pais, assim como os da america do sul e central, de paises do continente africano e de outros paises asiaticos, etc... Sou favoravel do protolo de Kyoto.

Aprendi desde cedo a gostar e a respeitar a natureza. Fiz escaladas, rappel, espeleologia. Tomei banho no rio vieira. Caminhei no vale do peruacu, na margem serpenteante de seu rio. Subi montanhas da chapada de diamantina. Atravessei o velho chico de canoa. Sei o que eh sentir tudo isso. E tambem sei o que eh sentir a ausencia de tudo isso.

Aqui no velho continente, onde ja nao mais existe os recursos naturais, onde ja foram destruidas todas as suas reservas de florestas, as pessoas se sentem preocupadas com o futuro do planeta. Como ja relatei num artigo anteriormente, os britanicos tem uma grande preocupacao com o verde. Que na verdade eh o minimo que se pode fazer para minimizar os erros passados.

Sinceramente acredito que nao so aprendemos com os nossos erros, mas que possamos tambem aprender e tirar alguma licao com os erros de outros, quer seja nosso vizinho ou nao. Nao gostaria de ver conterraneos meus, aprendendo a licao por seus proprios erros, olhando para tras e choramingando o leito derramado, porque ai ja nao tera mais volta atras. E sim que pudessem olhar para os lados e verem os erros cometidos no passados por outros povos e que com isso tirassem uma licao.

Voces ja plantaram uma arvore hoje? Nao? E o que estamos esperando? Vamos esperar que algum politico venha ate as nossas casas, nos entregue algumas mudas de arvores em epoca de campanha eleitoral? Que promovam uma festa do pequi de um lado, trazendo shows artisticos e que do outro lado permitam que transforme o nosso cerrado em carvao para alimentar industrias? Que sepultem os nossos rios, dizendo: " aqui passara a rodovia do progresso!". Se ficarmos calados e passivos, seremos culpados iguais por conivencia.

E assim volto ao inicio desta cronica, onde escrevi: "eu ate que seria favoravel... onde pudesse taxar os paises poluentes..." E assim igualmente pensam os governantes europeus. Mas como entao os paises mais ricos ( que sao ricos nao em recursos naturais, que constituira a verdadeira riqueza ), poderiam enviar verbas para os paises mais pobres, se veem que eles nao sabem fazer o dever de casa? E digo mais ( talvez aqui esta noticia interessara mais aos politicos ), que para cada arvore nativa derrubada e tranformada em carvao, pasto para bois, plantio de eucalipto, plantio de cana-de-acucar, plantio de soja, etc, existe uma verba dez vezes maior para a preservacao desta mesma arvore, a cada ano.

Pensem nisso senhores politicos. Pensem nisso cidadaos que amam a sua terra.